domingo, 12 de dezembro de 2010

O que diz o espiritismo sobre a adoção?

Atualmente, vemos inúmeros casos de maus tratos com crianças adotivas. O que diz o espiritismo sobre a adoção?


Por Marco Tulio Michalick


Nos orfanatos, uma imensidão de crianças está à espera de adoção. Esperam dia após dia que um casal venha lhes oferecer um lar, amor e carinho. Para muitos, cada dia que passa se torna mais difícil, pois as pessoas preferem adotar crianças recém-nascidas ou com no máximo, dois anos de idade. Muitas crianças também são retiradas de seus lares por maus tratos, dos próprios pais biológicos. Assim, os orfanatos abrigam estes dois místeres.


Conforme estudos feitos por Elinor Ames, no Canadá, foi diagnosticado que 78% das crianças romenas provenientes de orfanato estavam atrasadas quando foram adotadas, ou seja, a vida no orfanato tende a inibir a inteligência das crianças, gerando um prejuízo no aprendizado.


Atualmente, as adoções deixaram de ser um ato caridoso, pois 63% dos casais procuram a adoção por problemas de infertilidade, enquanto que 37% ainda se comovem com a situação destas crianças e adotam por amor.


Existe um cuidado, por parte das autoridades, ao liberar uma criança para adoção. Este cuidado que as autoridades têm em excesso é para evitar que as crianças venham a sofrer maus tratos ou sejam vendidas para casais estrangeiros, no tráfico ilegal.


O escritor Richard Simonetti explica em seu livro “Temas de Hoje, Problemas de Sempre”, que “há Espíritos que reencarnam para serem filhos adotivos. Esta situação faz parte de suas provações, geralmente porque no passado se comportaram de forma indigna em relação aos deveres familiares. Voltam ao convívio dos companheiros do pretérito sem laços de consangüinidade, o que para os Espíritos de mediana evolução representa sempre uma provação difícil, destinada a ensiná-los a valorizar a vida familiar”.


Recentemente, o jornal Correio Braziliense publicou que um casal da Flórida torturava cinco de seus sete filhos adotivos. Linda, 51 anos e Jonh Dollar, 58, foram presos no Estado de Utah, por manterem as crianças em cárcere privado. As crianças tiveram unhas arrancadas com alicate e, segundo uma autoridade, estavam tão desnutridas “que pareciam sobreviventes de Auschwits” - em referência ao campo de concentração nazista na Polônia.


Apesar de ter acontecido nos Estados Unidos, também acontecem maus tratos no Brasil. Por isto, os órgãos competentes brasileiros exercem uma vigilância constante para que as crianças sejam adotadas por casais que não tragam maiores problemas emocionais, afinal, nos orfanatos, a falta dos pais, amor e carinho, já traz um prejuízo incalculável para elas. Dessa forma, a burocracia prevalece; papeladas e mais papeladas são preenchidas na intenção de que o menor venha a ter um verdadeiro lar e não seja protagonista de um “filme de terror”.


Infelizmente, muitas crianças ficam nos orfanatos por problemas de saúde, idade, cor. Devemos ter a consciência de que a adoção é um ato caridoso e de amor; não deveríamos escolher pela beleza física – pele clara, loira e de olhos azuis -, pois estamos adotando um espírito em evolução que depende de nós para que possamos, também, prosseguir em nossa caminhada evolutiva, e muitas vezes, dependemos deste companheiro para repararmos alguns erros do passado.


Simonetti ainda escreve que “harmoniza-se, assim, a situação de um grupo reunido no lar para serviços de resgate e reajuste, competindo aos pais, o máximo de cuidado em favor daquele familiar que ressurge na condição de filho adotivo. Este, mais do que os outros, é alguém necessitado de muita compreensão e carinho, a fim de que, superando o trauma que fatalmente experimentará ao ter conhecimento de sua condição, aproveite integralmente os benefícios da experiência, sem marcas negativas em sua personalidade”.


Podemos ver que é uma responsabilidade muito grande a adoção, pois estará junto de nós um espírito que necessita de auxílio, e o sucesso de seu resgate dependerá da forma com que os pais adotivos irão criá-lo. Existe um ditado que diz que “pai é aquele que cria”. Há muita verdade nestas palavras que soam como dedicação e carinho, afinal, o filho adotivo pode trazer para o casal que não pode ter um filho “legítimo”, muitas felicidades e a realização de serem pais.


Os lares provisórios são uma outra forma das pessoas poderem ter contato com as crianças do orfanato, levando-as para sua residência, mesmo que seja apenas nos finais de semana. É um jeito de dar a estas crianças tão sofridas um pouco de alegria. Muitas vezes, pensamos que é pouco, mas para elas, o amor não tem preço e vale mais que muitas fortunas. Muitos lares provisórios acabam por se tornar uma adoção, devido aos laços afetivos criados entre o adulto e a criança.


Algumas empresas brasileiras, sabendo da intenção de seus funcionários em adotar uma criança, mas receosos do desgaste emocional e burocrático do processo, colocam o serviço social da empresa para auxiliar nos trâmites oficiais. Assim, concluída a fase legal, os pais adotivos recebem benefícios idênticos aos dos pais de filhos legítimos. Isso mostra que algumas coisas têm mudado, mas muito ainda precisa ser feito para que os orfanatos não fiquem lotados de crianças sem esperança, aliás, a esperança de um dia serem adotadas por uma família é o que lhes conforta na vida.


Fonte: Revista Cristã de Espiritismo – ed. 37

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Quando os Anjos Falam - (Filme Completo) - IMPERDÍVEL!!!

Quando os Anjos Falam - (Filme Completo) - IMPERDÍVEL!!!

O cerne principal do filme é o encontro entre Maddy (Redgrave), uma senhora que mora só e cujo filho morreu na guerra, e James, um garoto que não consegue superar a morte da mãe e que tem problemas de relacionamento com sua madrasta. A partir deste encontro os dois constroem uma sólida amizade que trará para ambos grandes lições...




Através da mediunidade de Maddy, que recebe mensagens de seu filho, James vai adquirindo a certeza que a morte não existe, que é apenas uma passagem e que a vida espiritual é plena, e que sua mãe está viva. Essa certeza vai sendo construida ao longo do filme até que no emocionante final a comprovação definitiva vem.



O filme mostra todos esses aspectos espirituais de forma muito natural e sem precisar exibí-los, o que torna o roteiro ainda mais inteligente e conduz o espectador a uma reflexão sobre a vida no além.



Infelizmente, esse filme não teve a repercussão que deveria, mas é sem dúvida uma ótima opção para se assistir com toda a família. Mesmo para aqueles que, porventura, não crêem na vida após a morte e na comunicabilidade entre encarnados e desencarnados vai ser muito difícil não se deixar encantar e se emocionar com este filme...

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Adotada e Amada

O meu nome é Simone, sou fruto de uma gravidez indesejada e logo que nasci não fui bem recebida no barraco de barro e palha onde minha mãe biológica vivia com mais 11 sobrinhos, ela não me sustentaria com o trabalho que tinha na colheita de algodão e com 15 anos não saberia como fazer isso sozinha. Quando ela ia trabalhar na colheita, cavava um buraco na terra, espetava uma guarda-chuvinha e me colocava lá dentro enquanto trabalhava.

O meu pai biológico, além de não me aceitar e ter problema com bebidas, ainda batia muito em minha mãe biológica. Ele tinha outra mulher e outros filhos.

Depois de muitas brigas e chantagens, Valda não encontrou saída melhor do que me entregar para quem queria. Fui abandonada na Santa Casa de Taquarituba e em pouco tempo eu estava desenganada com um estágio de desnutrição e anemia muito grave, além de infecção urinária e intestinal.

Eu estou viva e estou feliz!Sabe porque? Porque ao mesmo tempo em que Deus me via partindo lá em Taquarituba, Ele também estava vendo a Denise e o Edson, que perderam três bebês durante a gestação, inclusive uma delas eram gêmeos.

Deus também estava vendo o Júnior, pedindo muito um irmão, porque o único que ele tinha era o Robin (seu cachorrinho).

Eu já estava com 5 meses e pesava 2,200 kg, aproximadamente,com roupa.
Qualquer pessoa que me viu naquela situação achou irreversível essa situação, mas para Deus NADA é impossível.Através de Iara (irmã de Denise) que morava em Taquarituba, Denise, aqui em São Paulo ficou sabendo que uma garotinha tinha sido abandonada, porém sem detalhes sobre a saúde em que eu me encontrava.

Desejando muito um filho, Denise e Edson não tinham dúvidas, foram para Taquarituba buscar sua filha. Nesse mesmo momento Iara que já havia perdido uma filha com 12 anos, pensou e disse para sua irmã Denise:
- Dê, se você não quiser ficar com ela, eu fico. Eu estava pensando aqui... É muito triste quando sai um caixãozinho de casa.
Denise e Edson disseram que não, a decisão já estava tomada e eu já era deles!

Mas e quando me viram?
Quando viram que meus olhos além de estrábicos quase não se moviam, que minha respiração estava fraca e que só era percebida se colocasse um espelhinho na frente, que a sujeira daquela terra vermelha da colheita em meu corpo era tão grande que parecia fazer parte da minha pele?Eles iriam me aceitar assim e correr o risco de sofrer novamente por perder mais um bebê?Qual foi a reação que tiveram?
CHORARAM!Choraram e muito!De emoção...Eles me quiseram e me amaram a partir daquele momento.
Claro que alguns sacrifícios foram feitos, porque eu não resistiria àquela viagem. Ficaram algum tempo em Taquarituba, me adotaram e cuidaram de mim.
Assim que chegaram em São Paulo, me levaram em médicos conhecidos e a maioria dizia que minha mãe só poderia estar louca por adotar uma criança no meu estado.
Ainda aqui em São Paulo, receberam uma ligação da juíza responsável por adoção em Taquarituba, estava desconfiada de que se tratava de tráfico de crianças, devido à rapidez no processo de adoção. E lá vai a família de volta a Taquarituba prestar esclarecimentos. Assim que a juíza me viu, pediu mil desculpas e também se emocionou. Quem traficaria uma criança no meu estado?
Meus pais já me amavam e para o meu irmão (Júnior) eu era uma princesa!Ora bolas! Uma princesa desnutrida, estrábica e quase sem movimentos, mas uma princesa!
Família e amigos se emocionavam quando me conheciam. Alguns agiam como se fosse uma caridade feita pelos meus pais, mas eles costumam me dizer que todas essas pessoas mal poderiam entender o bem que também fiz a eles.
Meus pais não queriam que as pessoas chorassem, esperavam que sentissem a mesma alegria que eles, que me amassem como eles e que não tivessem pena de mim.
Um ano passou e eles revezavam ao sair, porque qualquer vento mais forte poderia afetar minha saúde. A minha alimentação foi controlada até na maneira de ser introduzida em minha boca, pois aquela doença conhecida como "sapinho" (são como aftas), havia me tomado toda a boca e garganta. Algumas vezes era necessário o conta-gotas.
Durante a noite, meus pais ficavam preocupados, porque não dava para ouvir meu choro ou minha respiração, então colocavam um espelhinho na frente do meu nariz para ver se ele ficava embaçado, assim estava certo de que eu estava respirando.
Por todo esse ano, privaram-se de qualquer aniversário, festinha ou lazer até que minha saúde estivesse BOA.
Até que fiquei forte, gorda, meus olhos criaram movimentos e eu não era mais estrábica, restava apenas saber se haveria alguma seqüela por causa da desnutrição, mas isso só o tempo mostraria.
Quando meus dentinhos começaram a nascer, surgiram escuros e fraquinhos devido à medicação de antibióticos que eu ingeria, mas foi garantido que na segunda dentição nasceriam normais.
Completei um ano e eu andei sem que alguém pudesse ver. De repente eu apareci segurando as pernas da minha mãe enquanto ela abria a porta para os primeiros convidados. Ela levou dois sustos...Um por eu estar andando e outro porque não conseguiu descobrir como consegui sair do chiqueirinho.
Eu não tenho fotos de quando era recém-nascida!Na verdade nem foram tiradas! Porque guardar lembranças de uma fase ruim se tantas boas viriam pela frente?
Você conseguiu ler até aqui? Muito bem, porque minha vida é muito mais do que isso, minha vida foi um presente de Deus, minha família é um presente de Deus e até hoje venho recebendo graças e bênçãos. Não tenho vergonha e não tenho revolta por ser filha adotiva, eu sou a filha do coração, a que foi escolhida.
Já estava quase me esquecendo. Com toda essa alegria e com a cabeça ocupada comigo, minha mãe Denise conseguiu engravidar novamente, 3 anos depois o Thiago nasceu. Cuidei muito dele, me sentia uma mãezinha e até hoje ainda cuido desse menino com muito amor, apesar de já ser um homem enorme.

Tenho muito orgulho da minha família que não é diferente das outras por esse motivo, ela é diferente porque entregamos nossos sonhos nas mãos de Deus e Ele estará conosco no momento de realizá-los.
Conversamos abertamente sobre adoção, não apenas com meus pais, mas com meus tios, primos e irmãos. Nunca me esconderam nada e desde pequenininha eu sabia que era a filha do coração.
Temos discussões e problemas como qualquer outra, mas temos muitos momentos de felicidade e amizade. Meu pai se chama Edson e minha mãe se chama Denise, os meus irmãos são o Júnior (31) e Thiago (19).
Eu também tenho uma irmã (a única biológica), porque minha "mãe" biológica, além de dar a luz a mim com 15 anos, com quase 14 anos ela havia tido mais uma filha e que já havia sido entregue para a Iara (irmã de Denise). Durante a gestação da minha irmã, o Zico (pai biológico) dava cintadas na barriga da Valda. Portanto ela também não foi bem - vinda naquele lar.
Hoje a minha irmã é minha prima também.
Quando completei 15 anos e minha irmã 17, fomos para Taquarituba acabar com a curiosidade e saber como era nossa mãe biológica. Conhecemos uma moça de 30 anos com uma aparência de 50, cabelos loiros e lisos e não chegava a ter nem 1,50 de altura. Era tão magrinha que as roupas velhas que usava ficavam largas, quase não ouvimos a voz dela, apenas víamos as lágrimas que escorriam do seu rosto envelhecido pelo sol e a cabeça baixa que deixava claro todo o sofrimento de uma vida. Não sei o motivo pelo qual chorou, mas sei que deve ter sido muito forte. Suas mãos ásperas e calejadas mostravam que o trabalho sempre foi pesado.
Fiquei sabendo que, atualmente, Valda cuida de seus sobrinhos enquanto o Zico trabalha como pedreiro. Não guardo rancor, nem mágoa ou tristeza, porque a melhor a atitude que ela tomou foi ter entregado eu e minha irmã para adoção. Muitos motivos podem ter feito com que ela tomasse essa atitude: depressão, medo, submissão e ninguém poderá julgá-la por isso,nem eu.
Hoje eu tenho 25 anos, 44 quilos, 1,51 m, sou formada em Design de Interiores e Pedagogia.
Com o tempo fui descobrindo tudo que a ADOÇÃO interferiu na minha vida e com muito carinho, estou escrevendo um LIVRO que será dedicado aos meus pais, que com tanto amor me criaram.
Minha intenção é acabar com o preconceito e o medo que muitas famílias possuem em ADOTAR. Jamais pense em adotar por caridade, solidariedade ou pena. Adote quando estiver preparado para ter em casa um FILHO, pelo qual nunca fará diferença o tipo de sangue, a nacionalidade ou cor. Permita que seu filho saiba da verdade, que ele estude, tenha um ambiente acolhedor e sem preconceitos para que cresça saudável de corpo e alma.
Muitas vezes buscamos sonhos e quando surge a oportunidade de realizá-los, recusamos porque encontramos dificuldades. A minha mãe sonhava em ter filhos e como TODA mãe, esperava que nascesse uma criança linda e saudável, mas felizmente todo o sofrimento que ela passou para tentar engravidar permitiu que ela olhasse ao redor e visse um outro caminho que também levava a esse sonho.
Devemos ter um objetivo para ser alcançado e não devemos ter pressa, pois nada acontece se não for da vontade de Deus. Porém, devemos ter sabedoria o bastante para não nos acomodarmos e simplesmente ESPERAR, é preciso tirar as vendas dos olhos e procurarmos outros caminhos e outras maneiras de realizar aquilo que tanto sonhamos.
Deus já havia traçado meu caminho antes mesmo de nascer, minha família já estava me esperando em outro lugar, por isso eu acredito que existe uma missão preparada para mim e tenho certeza que estou no caminho certo.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

CRIANÇAS QUE SÃO JOGADAS PELA JANELA - por Sávio Bittencourt




Há alguns poucos anos atrás um deputado federal, cujo nome merece ser mantido no mesmo anonimato que seu brilho opaco impõe a sua carreira política, apresentou um projeto de lei que, se aprovado, obrigaria a todo o pai adotivo apresentar seu filho ao Juiz da Infância e Juventude a cada ano. A justificativa de tal iniciativa era proteger permanentemente os filhos adotivos de eventuais maus-tratos cometidos pelos pais, que, por não terem vínculos de consangüinidade com a criança, teriam que comprovar seu amor através deste recall anual obrigatório.Esta concepção, trazida por um representante do povo no congresso nacional, parece traduzir um sentimento que se encontra em muitos corações e mentes: a inexistência de vínculo biológico entre pais e filhos adotivos faz com o que esta forma de filiação seja considerada atípica e anormal, sendo uma relação sentimentalmente inferior àquela advinda de uma paternidade biológica.Seguindo esta linha de raciocínio, chegaríamos a conclusão de que se pode presumir que os pais biológicos amam seus filhos, porque isso é inerente ao vínculo sanguíneo que os une, "sangue do meu sangue".Estas filiações naturais, típicas, representam "as coisas como são ou devem ser”, a "ordem natural das coisas", motivo pelo qual se supõe que exista amor nas relações de paternidade biológica, sem que exista necessidade de comprovação material obrigatória.Este modelo de raciocínio não consegue dar conta da realidade. Vivemos cotidianamente exemplos de descasos e desamores biológicos, injustificáveis, reprováveis e violentos.Ações e omissões reiteradas cometidas por pais biológicos contra crianças inocentes, que demonstram inexistência de cuidado. O cuidado é o corpo de delito do amor: o torna evidentes, tangíveis, palpáveis. Sua ausência demonstra o oposto, o descaso, o desamor. A experiência tem demonstrado que há adultos que só estão aptos para a procriação, mas não para acriação, por diversos motivos e fatores. O preço da irresponsabilidade, da imaturidade ou simplesmente da falta de capacidade de amar sempre é pago por inocentes.Crianças amadas não são jogadas pelas janelas por seus pais biológicos. Nem no lixo, na lagoa ou em terreno baldio. Não são vítimas de pedofilia cometida ou consentida pelos pais. Tampouco são abandonadas em abrigos, para lá serem criadas coletivamente, sem individualidade e carinho de pai ou mãe, sem possibilidades afetivas de desenvolver seu amor próprio e segurança. A maioria absoluta destas vítimas do desamor tem pais biológicos vivos, mas que não estão em condições de exercer a paternidade responsável. Falha a teoria do amor biológico, cai à máscara do preconceito contra o amor adotivo.A superação do mito do amor materno biológico é um imperativo de justiçaneste novo milênio. A filiação biológica reproduz o animal humano, suas características físicas e finitas.É o DNA do corpo. Na filiação adotiva, nada disso ocorre. Não se reproduz o que virará pó. Ela traz um outro tipo de vínculo, no qual se perpetua o amor, a dignidade, o respeito, a espiritualidade, enfim, o DNA da Alma. É o afeto pelo diferente, o bem-querer pelo o outro, o amor não-narciso. E muito cá entre nós, cabe a indagação: quais os valores humanos mais importantes, que realmente valem ser reproduzidos e preservados para além da nossa existência? O pai biológico, para ser dignamente chamado de pai, deve adotá-lo todos os dias, através do cuidado amoroso e constante, construindo assim uma relação de afeto saudável.


Fonte: Jornal O Estado CE

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Recomendo o filme "Medo da verdade"


Dois detetives particulares são designados para investigar o misterioso desaparecimento da pequena Amanda McCready (Madeline O'Brien). Quando começam as buscas eles descobrem que nada no caso é o que parece ser. Em última instância, os dois terão de arriscar a sua própria amizade e tudo o que têm de mais valioso - as suas relações afetivas, suas saúdes mentais e até mesmo as suas próprias vidas - para encontrar a verdade sobre a menina desaparecida.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Adoção por homossexuais


Sou contra qualquer tipo de preconceito e não acredito que exista alguém nesse mundo impune de ser julgado,porém a adoção por casais homossexuais é um tema bastante abordado e na verdade não deveria ser. Casais gays não são capazes de amar,educar e criar uma criança?SIM! Independente de casais de mulher ou de homens,ambos podem e devem adotar seus filhos,provavelmente essas crianças serão muito mais esclarecidas,mais abertas e livres para opinar sem julgar.Sou a favor do bem-estar,da felicidade e do amor...onde existe amor pode sim existir uma família feliz.

A sociedade não pode julgar o porque de uma mãe abandonar seu filho,existem milhões de motivos para que isso ocorra,porém não nos cabe fazer tal julgamento. Também não cabe à sociedade julgar quem pode ou não adotar,as crianças devem ser amadas,acolhidas,cuidadas,bem criadas e não existe nenhuma regra que dite que serão mais felizes com casais heteros ou homossexuais.

Giselda Hironaka diz: "Biológica ou não, oriunda do casamento ou não, matrilinear ou patrilinear,monogâmica ou poligâmica, monoparental ou poliparental, não importa. Nem importa o lugar que o indivíduo ocupe no seu âmago, se o de pai, se o de mãe, se o de filho; o que importa é pertencer ao seu âmago, é estar naqueleidealizado lugar onde é possível integrar sentimentos, esperanças, valores, e se sentir, por isso, a caminho da realização de seu projeto de felicidade pessoal."


É nisso que eu acredito,é pelo amor que eu luto.

terça-feira, 28 de outubro de 2008


Olha filha...


Olha filha,
eu sei que não foi em mim que plantaram tuas raízes,
eu sei...
Eu não acredito em cegonhas,
mas também não acredito em acasos,

porque eu te quis e te esperei...
Eu acredito é em encontros.

Eu acredito é num fugaz momento,

quando nossos olhos se encontraram,
e você renasceu.
E se não fui o solo onde germinastes,

sou o chão onde crescerás.
E um dia filha, quando partires...

Alçares vôo pela tua estrada...

Talvez então tu tenhas certeza,desse lugar onde,

nas tempestades,tu poderás sempre pousar,

abastecer e tornar a voar.